(parte3) Pecados Capitais: Dois Apóstolos, Sete Problemas e um Caminho Para a Salvação

 


Sumário da Parte 3: A Vitória sobre os Pecados Capitais e o Caminho para a Santidade

Nesta terceira e última parte, São Pedro e São Paulo aprofundam os meios espirituais para vencer os pecados capitais. Com sabedoria e bom humor, discutem as armas que Deus oferece para essa batalha e como a vida cristã é um caminho contínuo de conversão e crescimento na santidade.


1. O Combate Espiritual: A Luta Constante pela Santidade

  • A vida cristã como batalha espiritual: Reflexão sobre Efésios 6, onde São Paulo fala sobre a "armadura de Deus".
  • A necessidade da vigilância: Como Jesus nos alerta para estarmos sempre atentos às ciladas do inimigo.
  • O papel da graça de Deus: A importância de reconhecer que sem a graça divina não podemos vencer os pecados.

2. As Armas Espirituais para a Vitória

  • A Oração: Como meio de fortalecer a alma e buscar a ajuda divina para vencer as fraquezas.
  • A Confissão: O sacramento da reconciliação como ferramenta poderosa contra os pecados capitais.
  • A Eucaristia: O alimento espiritual que fortalece a alma contra as tentações.
  • A Palavra de Deus: A leitura e meditação das Escrituras como guia para uma vida virtuosa.
  • O Jejum e a Penitência: O domínio do corpo como meio de fortalecer a vontade contra os pecados.
  • O Serviço ao Próximo: O amor e a caridade como armas contra o egoísmo e as paixões desordenadas.

3. O Papel da Comunidade Cristã na Luta Contra os Pecados

  • O apoio dos irmãos na fé: Como a Igreja nos ajuda a permanecer no caminho certo.
  • Os exemplos dos santos: A importância de se inspirar na vida daqueles que venceram essas batalhas.
  • A correção fraterna: Como ajudar e ser ajudado a crescer na virtude com humildade e caridade.

4. A Alegria da Virtude e a Liberdade em Cristo

  • Os frutos de uma vida livre dos pecados capitais: Paz interior, alegria e união com Deus.
  • O verdadeiro sentido da liberdade: Ser livre do pecado para amar plenamente.
  • A transformação do coração: Como a prática das virtudes nos leva a nos tornarmos mais semelhantes a Cristo.

5. Reflexão Final e Envio para a Missão

  • São Pedro e São Paulo fazem uma última reflexão sobre a importância de perseverar no caminho da santidade.
  • O convite a todos os cristãos para que se tornem verdadeiros discípulos e combatentes do bem.
  • A promessa da recompensa eterna para aqueles que, com humildade, buscam crescer na graça de Deus.
  • Uma despedida bem-humorada entre os dois santos, reafirmando sua amizade na eternidade.

Este encerramento reforça que a luta contra os pecados capitais não é uma jornada solitária, mas um caminho percorrido com Cristo, com os irmãos na fé e com as armas espirituais que Deus nos concede. Assim, a conversa entre São Pedro e São Paulo se torna um convite à santidade e à vida plena no amor divino.



Capítulo 1: O Combate Espiritual – A Luta Constante pela Santidade

A jornada cristã não é apenas um caminho de fé e devoção, mas uma verdadeira batalha espiritual. A cada dia, a alma humana enfrenta desafios, tentações e inclinações que podem afastá-la de Deus. São Pedro e São Paulo, conscientes dessa luta, iniciam uma reflexão profunda sobre a necessidade de vigilância, do auxílio da graça divina e das armas espirituais que nos fortalecem nesse combate.

A Vida Cristã como Batalha Espiritual

Em sua carta aos Efésios, São Paulo nos exorta a nos revestirmos da "armadura de Deus" para resistirmos às investidas do mal:

"Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo. Pois não é contra a carne e o sangue que temos de lutar, mas contra os principados, contra as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos do mal que estão nos ares." (Efésios 6,11-12)

A metáfora da armadura é um lembrete poderoso de que a luta contra o pecado não pode ser travada com meras forças humanas. Cada peça da armadura – a verdade, a justiça, a fé, a salvação, a Palavra de Deus e a oração – representa um aspecto essencial da vida cristã que nos protege contra as tentações e nos fortalece no caminho da santidade.

Assim como um soldado não entra em batalha sem sua armadura e treinamento, o cristão deve estar preparado para enfrentar os desafios espirituais que surgem diariamente. A luta contra os pecados capitais, especialmente, exige disciplina, constância e uma confiança absoluta no auxílio divino.

A Necessidade da Vigilância

Jesus, ao longo de seu ministério, constantemente alertava seus discípulos sobre a necessidade de estarem vigilantes:

"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca." (Mateus 26,41)

A vigilância não é um estado de medo ou ansiedade, mas uma atitude de atenção e prudência. O pecado muitas vezes se apresenta de forma sutil, disfarçado de desejos aparentemente inofensivos, distrações cotidianas ou pequenas concessões à preguiça espiritual. São Pedro, em sua epístola, também reforça esse chamado:

"Sede sóbrios e vigiai, porque vosso adversário, o diabo, anda ao redor como um leão que ruge, buscando a quem devorar." (1 Pedro 5,8)

A vigilância espiritual implica um exame constante da própria consciência, uma vida de oração e um esforço diário para evitar ocasiões de pecado. A negligência nesse aspecto pode levar a alma ao afastamento gradual de Deus e à escravidão dos vícios.

O Papel da Graça de Deus

Apesar de todo esforço humano, São Pedro e São Paulo deixam claro que ninguém vence o pecado apenas pela própria força. A graça de Deus é indispensável nesse combate, pois é Ele quem concede ao fiel o vigor necessário para superar suas fraquezas.

São Paulo expressa essa verdade de forma belíssima:

"Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a força se manifesta plenamente." (2 Coríntios 12,9)

A humildade em reconhecer a necessidade da graça é um passo fundamental na luta espiritual. O orgulho pode levar uma pessoa a confiar excessivamente em si mesma e ignorar sua dependência de Deus. No entanto, quando se busca a Deus com um coração sincero, Ele oferece a força necessária para resistir às tentações e perseverar na caminhada rumo à santidade.

A graça é acessível de diversas formas: pelos sacramentos, pela oração, pela leitura da Palavra e pelo auxílio dos irmãos na fé. Quem se abre para a ação divina experimenta um fortalecimento interior que transforma sua relação com o mundo e com as próprias fraquezas.

Conclusão

A vida cristã é, de fato, uma batalha, mas não uma luta sem esperança. Deus oferece as armas e a força necessárias para vencer os pecados capitais e avançar no caminho da santidade. A vigilância constante, o reconhecimento da própria fragilidade e a busca pela graça divina são os pilares desse combate.

São Pedro e São Paulo concluem esse primeiro ensinamento lembrando que, apesar das dificuldades, a vitória é certa para aqueles que confiam em Deus e se revestem de Sua armadura. O caminho da santidade não é trilhado sozinho, mas com a ajuda de Cristo, da Igreja e dos irmãos na fé.


Capítulo 2: As Armas Espirituais para a Vitória

Após compreender que a vida cristã é uma batalha espiritual, São Pedro e São Paulo agora aprofundam as ferramentas que Deus oferece para que o fiel possa lutar e vencer os pecados capitais. Essas armas espirituais não apenas protegem a alma contra as tentações, mas também fortalecem sua ligação com Deus, permitindo um crescimento constante na santidade.

A Oração: Fortalecimento da Alma e Busca da Ajuda Divina

A oração é o primeiro e mais essencial instrumento para vencer os pecados capitais. Jesus nos ensinou a orar com insistência, lembrando-nos de que aquele que pede, recebe (cf. Mateus 7,7). A oração coloca o fiel em contato direto com Deus, renovando suas forças e iluminando seu caminho.

São Paulo nos exorta:

"Orai sem cessar." (1 Tessalonicenses 5,17)

Através da oração, a alma se fortalece contra as tentações e encontra refúgio no amor divino. Seja por meio de súplicas, louvores ou ações de graças, a oração eleva o coração a Deus e abre espaço para que Sua graça transforme nossas fraquezas em força.

A Confissão: O Sacramento da Reconciliação como Remédio para os Pecados

O sacramento da confissão é uma arma poderosa contra os pecados capitais. Nele, Deus oferece Sua misericórdia e restaura a alma do penitente, dando-lhe forças para recomeçar.

Jesus instituiu esse sacramento ao dizer aos apóstolos:

"Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos." (João 20,23)

Ao confessar os pecados, a alma reconhece sua fraqueza, recebe a graça santificante e encontra forças para resistir às tentações futuras. A confissão não é apenas um ato de arrependimento, mas um passo concreto rumo à conversão e à luta contra os pecados capitais.

A Eucaristia: O Alimento Espiritual que Fortalece a Alma

A Eucaristia é o maior dom que Cristo deixou à Igreja. Ao comungar o Corpo e o Sangue de Cristo, o fiel se une intimamente a Deus, recebendo força espiritual para resistir ao pecado.

Jesus disse:

"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele." (João 6,56)

A participação frequente na Eucaristia fortalece a alma contra as tentações, purifica o coração e dá novo ânimo para perseverar na luta pela santidade. É nela que encontramos o verdadeiro alimento para nossa jornada espiritual.

A Palavra de Deus: Luz e Guia para uma Vida Virtuosa

A Sagrada Escritura é um escudo contra os ataques do pecado. Ao meditar na Palavra de Deus, o cristão encontra ensinamentos que moldam sua conduta e fortalecem sua fé.

O próprio Jesus, ao ser tentado no deserto, utilizou as Escrituras para rebater as investidas do maligno (cf. Mateus 4,1-11).

São Paulo também afirma:

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça." (2 Timóteo 3,16)

A leitura diária da Palavra de Deus ilumina a mente, orienta as decisões e fortalece a vontade contra as inclinações desordenadas.

O Jejum e a Penitência: O Domínio do Corpo sobre os Desejos

O jejum e a penitência são armas poderosas no combate espiritual, pois ajudam a disciplinar o corpo e a mente, fortalecendo a alma contra os pecados capitais.

Jesus disse:

"Este tipo de demônio só pode ser expulso pela oração e pelo jejum." (Marcos 9,29)

O jejum não é apenas uma privação alimentar, mas um exercício de autodomínio. Ele nos ensina a dizer "não" aos impulsos desordenados e a direcionar nossos desejos para Deus. A penitência, por sua vez, purifica a alma e nos ajuda a reparar os danos causados pelo pecado.

O Serviço ao Próximo: Amor e Caridade Como Armas Contra o Egoísmo

Por fim, o amor e o serviço ao próximo são poderosas armas espirituais. A caridade nos afasta do egoísmo, da avareza e da inveja, ensinando-nos a olhar para os outros com compaixão e generosidade.

São João nos lembra:

"Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê." (1 João 4,20)

O serviço ao próximo nos leva a crescer na humildade e a enxergar Cristo nos irmãos. Por meio de gestos concretos de amor, como a ajuda aos necessitados e o perdão aos que nos ofendem, fortalecemos a alma contra as paixões desordenadas e nos aproximamos da santidade.

Conclusão

São Pedro e São Paulo encerram essa reflexão destacando que Deus não nos deixa desarmados no combate espiritual. Ele nos concede as ferramentas necessárias para vencer os pecados capitais e avançar no caminho da santidade.

A oração, a confissão, a Eucaristia, a Palavra de Deus, o jejum e o serviço ao próximo são armas que nos protegem e nos fortalecem. Quem as utiliza com constância encontra a força para resistir às tentações e viver segundo a vontade divina.

A vitória sobre o pecado é possível, não pela força humana, mas pela graça de Deus e pelo esforço sincero de cada alma que busca a santidade.


Capítulo 3: O Papel da Comunidade Cristã na Luta Contra os Pecados

A vida cristã não é uma jornada solitária. Assim como um soldado não vai à guerra sozinho, o cristão também precisa da companhia de seus irmãos na fé para lutar contra os pecados e perseverar no caminho da santidade. A Igreja, como Corpo de Cristo, é o ambiente no qual os fiéis encontram apoio, inspiração e correção para seguir firmes na batalha espiritual.

O Apoio dos Irmãos na Fé: Permanecendo no Caminho Certo

Desde os tempos apostólicos, os primeiros cristãos se reuniam para fortalecer uns aos outros na fé, como vemos nos Atos dos Apóstolos:

"Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações." (Atos 2,42)

Essa comunhão entre os fiéis é essencial na luta contra os pecados capitais. Quando caminhamos sozinhos, estamos mais vulneráveis às tentações, mas quando temos irmãos que nos apoiam, oram por nós e nos encorajam, encontramos forças para resistir.

A Igreja é como uma grande família espiritual. Nela, recebemos os sacramentos, ouvimos a Palavra de Deus e encontramos pastores e amigos que nos ajudam a crescer na fé. Grupos de oração, comunidades eclesiais e momentos de partilha são oportunidades preciosas para fortalecer nossa caminhada e evitar as armadilhas do pecado.

São Paulo nos ensina:

"Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo." (Gálatas 6,2)

Quando caminhamos juntos, carregamos as dificuldades uns dos outros, ajudando-nos a permanecer firmes na graça de Deus.

Os Exemplos dos Santos: Aprendendo com os que Venceram

A Igreja nos dá não apenas a companhia dos irmãos vivos, mas também o testemunho dos santos, aqueles que, antes de nós, enfrentaram e venceram a batalha contra o pecado.

Os santos não foram pessoas perfeitas desde o nascimento, mas homens e mulheres que, com humildade e esforço, se deixaram transformar pela graça de Deus. Muitos deles enfrentaram os mesmos pecados que nós, mas encontraram força nas virtudes opostas para vencê-los.

  • Santo Agostinho, que em sua juventude foi escravo da luxúria, encontrou na castidade e na busca por Deus a verdadeira alegria.
  • São Francisco de Assis, que abandonou sua riqueza para viver na pobreza e na generosidade, vencendo a avareza.
  • Santa Teresinha do Menino Jesus, que transformou as pequenas dificuldades da vida em oportunidades de amor e paciência, superando a ira e a impaciência.

Os santos são exemplos vivos de que é possível vencer os pecados e crescer na santidade. Por isso, a leitura de suas vidas e seus escritos nos inspira a seguir em frente, confiantes na graça de Deus.

A Correção Fraterna: Crescendo na Virtude com Humildade e Caridade

Outro papel fundamental da comunidade cristã é a correção fraterna. Jesus nos ensina que, quando vemos um irmão errando, devemos corrigi-lo com amor:

"Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão." (Mateus 18,15)

Corrigir alguém não significa julgar com dureza, mas ajudar o irmão a enxergar seus erros e crescer na virtude. Da mesma forma, devemos ter humildade para aceitar quando alguém nos corrige, reconhecendo que sempre há espaço para melhorar.

São Paulo nos aconselha:

"Exortai-vos mutuamente cada dia, enquanto ainda se diz ‘hoje’, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado." (Hebreus 3,13)

A correção fraterna, feita com amor e sabedoria, é um grande auxílio para vencer os pecados. Ela nos impede de nos acomodarmos nos erros e nos incentiva a buscar a santidade com sinceridade.

Conclusão

A luta contra os pecados capitais não é fácil, mas Deus nos dá a graça de não enfrentá-la sozinhos. Na comunidade cristã, encontramos apoio, inspiração e correção para perseverar no caminho da santidade.

A amizade com irmãos na fé nos fortalece, o exemplo dos santos nos motiva e a correção fraterna nos ajuda a crescer. Assim, ao lado dos nossos companheiros de jornada, seguimos firmes, confiando que Deus caminha conosco e nos sustenta em cada passo da nossa luta espiritual.



Capítulo 4: A Alegria da Virtude e a Liberdade em Cristo

A luta contra os pecados capitais não se trata apenas de evitar o mal, mas de abrir espaço para o bem. Quando escolhemos as virtudes em vez dos vícios, experimentamos uma alegria verdadeira, uma paz interior duradoura e uma liberdade que só Cristo pode oferecer. A vitória sobre os pecados não é apenas um peso que se alivia, mas uma nova vida que se inicia—uma vida mais plena, leve e cheia de sentido.

Os Frutos de uma Vida Livre dos Pecados Capitais

O pecado escraviza. Ele nos prende em ciclos de insatisfação, nos distancia de Deus e nos impede de viver com plenitude. Quando nos libertamos dos pecados capitais, começamos a experimentar os frutos de uma vida virtuosa:

  • Paz interior: A consciência tranquila e o coração em sintonia com Deus nos dão serenidade, mesmo diante das dificuldades. Quem vive na graça não carrega o peso da culpa, mas a leveza da confiança em Deus.
  • Alegria verdadeira: Diferente do prazer passageiro dos vícios, a alegria das virtudes é profunda e duradoura. O coração que pratica o bem encontra contentamento na simplicidade e no amor.
  • União com Deus: Quanto mais nos afastamos dos pecados, mais nos aproximamos do Senhor. A graça divina nos fortalece, e nosso relacionamento com Deus se torna mais íntimo e real.

Jesus nos prometeu essa alegria:

"Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja plena." (João 15,11)

A felicidade plena não está na busca desenfreada por prazeres terrenos, mas na vivência das virtudes que nos aproximam de Deus e do próximo.

O Verdadeiro Sentido da Liberdade: Ser Livre para Amar

Muitas vezes, o mundo nos faz acreditar que a liberdade consiste em fazer o que quisermos, sem restrições. No entanto, essa falsa liberdade frequentemente nos leva à escravidão dos vícios e das paixões desordenadas.

A verdadeira liberdade não é a ausência de regras, mas a capacidade de escolher o bem. Quem é dominado pelos pecados não é livre, pois age impulsionado por desejos descontrolados. Em contrapartida, quem cultiva as virtudes experimenta uma liberdade autêntica: a de viver sem amarras e amar plenamente.

São Paulo ensina:

"Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos deixeis amarrar novamente ao jugo da escravidão." (Gálatas 5,1)

Quando nos libertamos do orgulho, aprendemos a amar sem precisar estar acima dos outros.
Quando vencemos a inveja, conseguimos celebrar as bênçãos alheias com alegria.
Quando superamos a ira, encontramos a paz nos relacionamentos.
Quando nos desprendemos da avareza, descobrimos a alegria da partilha.
Quando controlamos a gula e a luxúria, aprendemos a usar os dons de Deus com equilíbrio.
Quando vencemos a preguiça, experimentamos a realização de viver com propósito.

A verdadeira liberdade está em escolher a Deus acima de tudo e deixar que Seu amor transforme nossa vida.

A Transformação do Coração: Tornando-se Semelhante a Cristo

A santidade não é uma simples mudança de comportamento, mas uma transformação interior. Quando cultivamos as virtudes, nosso coração é moldado à imagem de Cristo. Deixamos de lado o egoísmo e nos tornamos mais compassivos, justos e generosos.

Jesus é o modelo perfeito de todas as virtudes. Ele nos ensina a humildade ao lavar os pés dos discípulos, a paciência ao suportar a cruz, a generosidade ao multiplicar os pães, a mansidão ao perdoar seus algozes. Quanto mais praticamos as virtudes, mais nos tornamos como Ele.

São Paulo nos convida a essa transformação:

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12,2)

Esse é o caminho da santidade: permitir que Deus nos transforme, dia após dia, para que possamos viver como verdadeiros filhos Seus.

Conclusão

A luta contra os pecados capitais não é apenas um esforço para evitar o mal, mas uma oportunidade para crescer na graça e na virtude. A cada passo dado em direção à santidade, experimentamos uma liberdade maior, uma alegria mais profunda e uma comunhão mais intensa com Deus.

Seguir esse caminho exige vigilância, esforço e confiança na graça divina, mas a recompensa vale infinitamente mais. A promessa de Cristo é clara: quem Nele permanece encontrará a verdadeira vida.

Assim, ao buscarmos a virtude e nos afastarmos do pecado, nos tornamos não apenas melhores, mas verdadeiramente livres—livres para amar, para servir e para viver a plenitude da alegria que Deus preparou para nós.


Capítulo 5: Reflexão Final e Envio para a Missão

A jornada até aqui foi intensa. Passamos pelos perigos dos pecados capitais, conhecemos suas consequências e aprendemos os meios para vencê-los. Mas a luta contra o pecado não termina com o fim deste livro – ela continua todos os dias, no coração de cada cristão que deseja viver segundo a vontade de Deus.

Diante disso, São Pedro e São Paulo fazem uma última reflexão, não como mestres distantes, mas como irmãos mais velhos na fé, que já passaram por essa batalha e sabem que vale a pena perseverar.

A Importância de Perseverar no Caminho da Santidade

Pedro, sempre direto, olha para Paulo e diz:

— Então é isso, Paulo. Explicamos os perigos, mostramos o caminho... agora é com eles!

Paulo sorri e responde:

— Ah, Pedro, bem sabemos que não é tão simples assim. Eles precisam entender que a santidade não é um destino, mas um caminho. E um caminho difícil, que exige constância, esforço e, acima de tudo, confiança na graça de Deus.

Pedro concorda. Ele sabe por experiência própria que o caminho da santidade é feito de quedas e recomeços. Ele, que negou Jesus três vezes, aprendeu que a fraqueza humana não é obstáculo para a misericórdia divina.

— O segredo é nunca desistir — diz ele. — Quem cai e se levanta está mais perto do Reino do que quem nunca tenta caminhar.

Paulo, que tantas vezes sofreu por Cristo, acrescenta:

— A vida cristã é um combate espiritual. Mas Deus nos dá todas as armas para vencer: a oração, os sacramentos, a Palavra, a caridade. Quem persevera, mesmo com lutas e dificuldades, experimenta a verdadeira liberdade e a alegria que só Deus pode dar.

O Convite a Todos os Cristãos: Combatentes do Bem

Pedro se volta diretamente ao leitor:

— Então, meu irmão, minha irmã, o que vais fazer com tudo o que aprendeu? Permanecerás na mesma vida de sempre ou te lançarás na aventura da santidade?

Paulo reforça:

— Ser cristão não é apenas evitar o mal, mas lutar pelo bem. É escolher a justiça quando o mundo prefere a corrupção, a verdade quando o mundo escolhe a mentira, a generosidade quando o egoísmo impera. É ser luz em meio às trevas.

Pedro sorri e diz:

— E não fiques esperando ser perfeito para começar. Jesus chamou pescadores e cobradores de impostos para mudar o mundo. Ele pode te usar também, com tuas falhas e limitações, desde que o teu coração esteja aberto.

Paulo completa:

— A santidade não é para poucos escolhidos. É para todos que dizem "sim" a Deus, todos os dias.

A Promessa da Recompensa Eterna

Pedro olha para Paulo e diz:

— Sabes o que mais me anima nessa jornada, Paulo? A promessa do Senhor. Ele disse que preparou um lugar para nós. Que nos espera com um amor que nunca falha.

Paulo assente:

— Ah, Pedro, se os cristãos soubessem o que nos aguarda, enfrentariam essa batalha com ainda mais ânimo! Como disse aos Coríntios: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1 Cor 2,9).

Pedro então conclui:

— Vale a pena perseverar, vale a pena lutar pela santidade. O Reino nos espera, e não há alegria maior do que essa.

A Despedida Bem-Humorada dos Dois Santos

Os dois se levantam. Pedro estende a mão a Paulo e diz:

— Foi uma boa conversa, meu amigo. E pensar que no início não nos dávamos tão bem...

Paulo ri.

— Ah, Pedro, eram só pequenas diferenças. No fim, sempre estivemos do mesmo lado. E estaremos para sempre.

Eles olham para o leitor uma última vez.

— Agora, é contigo — diz Pedro.

— Não desistas — reforça Paulo.

— Nos vemos na eternidade! — dizem juntos.

E assim termina a conversa, mas a missão continua. O chamado à santidade ecoa no coração de cada um. Que possamos seguir essa jornada, com humildade, perseverança e confiança na graça de Deus.

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